segunda-feira, 3 de março de 2014

Ó abre alas



Tempo sem escrever no blog. Uma pena...
Pouquíssimo tempo para me dedicar à música, minha paixão... outros projetos, pessoais e profissionais, tem preenchido o meu tempo... uma pena mesmo. Sonho com o dia que poderei me dedicar com mais afinco a esse imenso prazer que é a música.
O feriado de carnaval me deu o tempo necessário, e nada pode ser mais festivo e musical do que o carnaval, concordam? Carnaval me remete a um pedaço muito alegre da minha vida (provavelmente da sua também): a adolescência. Meus pais, diretores do Círculo Militar de Campinas, me proporcionaram muitas e muitas experiências e, dentre elas, a dos bailes carnavalescos.
A estas horas, anos atrás, eu estaria me dedicando aos preparativos para o terceiro baile carnavalesco do ano (começavam na sexta-feira e acabavam só na quarta-feira de cinzas). Fantasia, maquiagem, amigos (a mais notável companhia era a querida Aline – na época, Rodrigues – Caetano) e muita paquera... pulávamos a noite inteira e o baile acabava, já com a luz do dia, em sopa na casa de amigos...
Sinto falta do carnaval da marchinhas, da malícia que ficava só nas letras por vezes indecentes de algumas, da segurança – hoje eu talvez não liberasse os meus filhos para bailes assim...

A primeira marchinha de carnaval foi composta em 1889 por Chiquinha Gonzaga, uma mulher fantástica, muito além de seu tempo. Certamente você já a ouviu. Se não, aproveite a oportunidade!

A versão original...


Noutra versão, mais moderninha (MC Leozinho)...


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Minha casa portuguesa


Tem coisas que a gente aprende na infância e nunca mais esquece... não bastasse, se empenha para transmitir para as gerações futuras.
Essa bonita canção portuguesa é uma delas.
Eu a ouço desde que me conheço por gente, ora na bela voz da minha mãe, ora na igualmente bela voz da minha avó paterna, que ainda fazia a graça de cantá-la com o sotaque que se ouve no vídeo que escolhi para hoje. Hoje, sou eu que a entoo para embalar o sono da minha caçula... como se fosse possível! Ela, do alto dos seus 5 anos, já me acompanha inclusive com o sotaque português... :o)
"Uma casa portuguesa" é canção antiga... uma das mais conhecidas do cancioneiro lusitano foi composta por Artur Fonseca e divulgada internacionalmente por Amália Rodrigues.
Atenção à letra. Penso que é uma das fontes dos valores que busco transmitir para os meus filhos e que deveria servir para todos.
"No conforto pobrezinho do meu lar, a fartura de carinho..."
Muito bom!!

Espero que gostem.


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Manhã de Carnaval


Quarta-feira de cinzas... começa hoje aquele intervalo interminável entre Carnaval e Natal...
A vida segue e... um pouco a gente rema, outro pouco a gente se deixa levar...
Expectativas, sonhos, trabalho, realização... não pode faltar o essencial: amor em cada gesto.

Me faz lembrar uma linda música que cantava no coral. Manhã de Carnaval, de Luiz Bonfá em Antônio Maria, integrou a trilha sonora do longa Orfeu Negro (1959), mas o mais interessante é que ela tem importância ímpar na consolidação do Brasil como exportador de boa música. É a expressão do jazz brasileiro reconhecido internacionalmente.

Há várias interpretações, tanto no idioma original - o nosso - como em versões e foi gravada por muita gente, aqui e fora. Eu escolhi esse vídeo porque Andre Rieu tem se esforçado por popularizar a música erudita o que, em que pese opiniões em contrário, eu acho bacana. Mais: há na sua orquestra, músicos de diversas nacionalidades, inclusive brasileiros. Uma das intérpretes aqui é Carmen Monarcha, brasileira que tem acompanhado o Maestro em suas turnês. As solistas, além de Carmen, são Carla Maffioletti e Suzan Erens. Uma linda interpretação.

Espero que gostem...


sábado, 9 de fevereiro de 2013

Perdeu, playboy!


Amor... coisa de doido! Faz mesmo a gente ficar cego. Cego e burro!
Quem nunca se sentiu tolo ao acordar desse transe maluco chamado amor, bem... ou teve muita sorte ou não viveu o suficiente.
Pior quando se ama alguém que te trata mal, que te faz sentir humilhada e fracassada... Aí é o cúmulo da traição...
Essa pequena vingança, na linda voz de Ella Fitzgerald, não tem igual.
É da série "Por que não fui eu que escrevi?"! :o)
Não fui eu, mas podia ter sido!! "Cry me a river" é o sentimento do momento!
O iluminado foi Arthur Hamilton, que a escreveu na década de 50 para ser interpretada por Ella. Depois, centenas de gravações.
Não resisto e deixo as duas de minha preferência, mas sugiro que procurem um vídeo de Ella de 1975, ao vivo, acompanhada por Joe Pass... 1975! Ela contava com 58 anos de idade e pede desculpas caso se esqueça a letra da música. Canta-a impecavelmente.
O primeiro vídeo tem um som mais limpo. O segundo, a interpretação moderna e charmosa do lindo canadense Michel Bublè.

Divirtam-se!

Ella Fitzgerald

Michel Bublè

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A Voz

Frank Sinatra Picture

Frank Sinatra!
Quem nunca ouviu não imagina o que está perdendo.
Quando pensamos em instrumentos musicais, pensamos logo em violão, piano, saxofone, harpa, até nos surdos de uma orquestra sinfônica.
Muitas pessoas, lamentavelmente, não tiveram a oportunidade de aprender um instrumento, mas tem um ouvido sensível, maravilhoso! E uma belíssima voz!
Nós, seres-humanos, fomos equipados com um magnífico instrumento natural: o nosso aparelho fonador, composto pelas cordas vocais e conjunto de músculos envolvidos na fala de uma maneira geral (como o diafragma, por exemplo). Nossa cabeça é uma eficiente caixa acústica e qualquer um, mas qualquer um mesmo, pode aprender a cantar!
Eu sempre gostei de cantar. Em casa (me perdoem, manas), não fui muito incentivada. Sempre diziam: isso bem cantado deve ser bonito, hein?
Eu pensava não poder cantar até ingressar no Coral da faculdade. Eu, já apaixonada por música, pude experimentar o uso desse instrumento que me acompanha desde o berço. Depois disso não parei mais e, justiça seja feita, agora com o apoio da família que já não brinca mais como antes.
Amo cantar, mas há alguns intérpretes que me causam uma pontinha de inveja - daquelas invejinhas boas, que fazem a gente ir onde achava não poder ir.
Entre os homens, Frank Sinatra. Ah! Não à toa foi apelidado de "A Voz". Não é só um cantor. É "A Voz"!
Para o post de hoje escolhi a sua interpretação para As Time Goes By, de Herman Hupfeld (1931) que integrou a trilha sonora do filme Casablanca (1942) (Ressalte-se que quem a interpreta no filme é Dooley Wilson), mas se tiverem interesse, procurem-na também na linda voz de Carly Simon...

Divirtam-se!


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Hoje eu tô sozinha

Meninas...
Meninas crescem ouvindo contos de fadas. Adoram se vestir de princesas, se sentir princesas...
Meninas se sentem especiais. Logo acreditam que são especiais e que, como nos contos de fadas, um príncipe encantado montado num cavalo branco surgirá para resgatá-la da bruxa malvada.
É... a gente cresce acreditando que a vida será compartilhada com alguém especial, capaz de nos fazer sentir especiais, interessado na nossa felicidade... alguém que se ocupe um pouco da gente, que nos dê atenção, carinho e torne a vida mais alegre de se viver...
Mas... príncipes encantados só mesmo nos contos de fadas. 
Na vida real encontramos mais sapos... aqueles, cheios de defeitos a quem nos cabe fazer vista grossa e/ou encarar a gosma, dar o beijo e transformar no príncipe esperado.
Não é tarefa fácil. Não! Não é encanto. Não há magia que faça acontecer um relacionamento perfeito. É trabalho! Trabalho duro!! Como diz o ditado: há que se mascar a abelha para saborear o mel...
Quando não dá certo é essa sensação de solidão, de vazio, de tempo perdido, de sonhos frustrados que toma conta...
Mas é hoje só!

Curtam Ana Carolina - Hoje eu tô sozinha, 2003, Estampado



Até amanhã!!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Trilha Sonora

Dizem que a vida da gente tem uma trilha sonora... é possível.
Considerando que pensamos e sentimos mais ou menos as mesmas coisas, há aqueles dotados do dom de colocar em palavras esses pensamentos e sentimentos. É nesse momento que nos sentimos acolhidos, que sentimos que alguém é capaz de nos entender.
Que sensação maravilhosa essa do acolhimento!
Como lidamos com os fatos que nos fazem pensar o que pensamos ou sentir o que sentimos é o que nos distingue e depende muito de como fomos criados, ou das experiências pelas quais passamos.
Quanto tempo leva para superarmos uma dor?
Quanto tempo é necessário para esquecermos uma traição, uma ofensa, uma violência sofrida?
Quanto tempo é preciso para rirmos de novo do que costumávamos rir?
Quanto tempo se passa até podermos entender como e quando tudo virou de pernas pro ar??
Como fazemos para encontrar as pessoas legais? Como enxergar a torpeza por trás de sorrisos armados para enganar?
Como adivinhar que quem amamos nos fará sofrer a ponto de pensarmos que nunca mais o coração vai bater por alguém de novo?
Há dias em que temos o direito de expressar nossa tristeza, nossa mágoa, nossa revolta, porque ninguém tem uma vida perfeita, daquelas de conto de fadas.
Mas tem gente que faz isso de um jeito muito legal!!
Hoje vou com Gabriel e Luís Maurício. Astronauta, 1999. O álbum era Nádegas a declarar.
E o trecho que define os meus sentimentos de hoje:

Eu vou pra longe, onde não exista gravidade
Pra me livrar do peso da responsabilidade
De viver nesse planeta doente
E ter que achar a cura da cabeça e do coração da gente
Chega de loucura, chega de tortura
Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura inteligente
Aqui tem muita gente, mas eu só encontro solidão
Ódio, mentira, ambição
Estrela por aí é o que não falta, astronauta
A Terra é um planeta em extinção




Divirtam-se!